Então, 1:58 da madrugada ela passeia desconcentrada e ausente de si pelos sites da vida.
Amarga o gosto de uma paixão vivida apenas do lado de cá da tela. Tem tudo que as
pessoas costumam julgar essencias à felicidade. Mesmo assim sente falta de algo mais.
Não sente pena de si, mas implora baixinho aos céus que ouça o que seus pensamentos dizem.
Não é carro. Não é uma roupa nova. Nem muito menos uma viagem ao exterior.
Cabo Frio ou Barra Grande sempre lhe fizeram bem.
Ela só quer que escutem o seu coração cansado de apanhar e que lhe deem remédios
para feridas que continuam abertas e sangrando.
Sente-se cansada.
Nesse momento escuta o barulho da chuva que cai lá fora.
Vai deitar, esperando que a mesma embale seu sono...