Todas as frases por ele proferidas recaíram sobre mim como apostolados.
Tornei-me sua fiel seguidora. Uma verdadeira discípula.
Nada mais no mundo me importava.
Ele fez com que todas as minhas certezas caíssem ao chão.
Nada mais me importava.
Cada beijo seu, fazia crescer em mim uma certeza de vida eterna.
Mesmo terminando no dia seguinte, ainda assim, seria eterna.
Nada mais me importava.
Prová-lo todas as noites, sem hora nem pressa para acabar era minha hóstia. Ele me consagrava.
Era o meu arcanjo e o meu demônio. Meu céu e meu inferno. Minha religião, embora eu fosse atéia, nele eu acreditava.
Nada me importava e se um dia havia me importado, naquele momento eu não me lembrava mais.
Pouco ou quase nada me aterrorizava saber onde seria essa vida eterna, contanto que fosse ao seu lado.
Mulheres intensas, arrebatadoras têm dessas coisas. O seu lado mais extraordinário é ao
mesmo tempo sua pior ruína. Entregam-se sem pensar no amanhã, não temem a tal doença dos olhos.
Só querem a saúde da alma. E que lugar melhor para gozar de felicidade ampla e
imortal a não ser nos braços da pessoa amada?
Ele continua sendo minha religião.
Não praticante, é verdade. Mas a minha, exclusivamente a minha religião.