domingo, 28 de fevereiro de 2010

Não sou mais dona de mim...


Esperei o reencontro como uma criança espera pelo doce após a refeição diária. Nossos corpos se entrelaçaram como se nunca tivesse existido a distância, nossas bocas que se mantinham unidas como que presas por imãs, movimentos que pareciam fazer parte de uma coreografia previamente ensaiada. Entreguei-me ao desejo e a toda volúpia, e naquele instante tive a plena certeza que jamais poderia esquecer. Enfim, estávamos novamente entregues ao ardor e a emoção de sempre...
Hoje nada mais é que um outro dia, um dia que sucede um encontro belíssimo. Não sei se haverá um outro encontro como o de ontem, mas uma coisa eu sei, que com toda certeza tudo ficará guardado eternamente em minha memória. Impossível esquecer o inesquecível, é uma escolha que não me pertence.
Minhas noites agora serão maiores porque a presença dele em minha mente é muito mais recente e fará com que meu sono tarde em chegar.
O meu medo era de não vê-lo novamente, agora a aflição estará na minha incompetência para esquecê-lo. Eu me perdi e o pior é que sei onde e com quem, já não sou dona de mim, pertenço a ele por pura vontade ou por pura imposição do destino que resolveu brincar comigo. Eu não quero me sentir assim, fico com raiva, choro por ser tão fraca quando o assunto é ele, mas já não posso voltar atrás e não voltaria nem se pudesse.
O desejo não some nunca, pelo contrário, ele cresceu dentro de mim, criou raízes profundas e deu frutos e flores belíssimas.
Se o castigo for não poder tocar aquela pele novamente, ouvir sua voz melodiosa  e o gosto de seus lábios cálidos, eu não sei se vale a pena viver. Resta-me sonhar com outra noite daquela e me contentar com os calafrios e sonhos pertinentes, que agora mais do que nunca farão parte do meu cotidiano...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Constatação!

Deve ser o silêncio da noite que nos permite ouvir melhor nossos sentimentos, e, as vezes, ele grita.