segunda-feira, 26 de julho de 2010

E eu com isso?


Fugia do estereótipo mas no fundo no fundo ela sabia que era isso mesmo, não passava de uma mulherzinha
Sentia uma certa culpa por envergonhar o posto suado conquistado pelas mulheres, que não mais precisam de homens para nada[Digo, quase nada]. 
Ai, tão independentes que começa a perder toda a graça. 
Na realidade ela sabia que o que mais queria era encher sua casa de filhos, ter um maridinho para cuidar e encarar todos os problemas da vida conjugal. 
Não admitiria isso nem sob tortura. 
Manteria a postura de mulher moderna que só pensa nos estudos e no crescimento profissional. 
Pura balela! 
Queria mesmo um amor, uma casinha de sapê, cachorros, papagaios, periquitos e tudo mais que uma vidinha simples e familiar pudesse lhe oferecer. 
Estava fadada morrer à mingua esperando o tal príncipe, que possivelmente teria que ler as entrelinhas e interpretar que tal modo de agir era apenas uma farsa. 
Tempos modernos! As vezes tudo que mais se espera é um pouco de pieguice mesmo. 
Tenho dito! 

domingo, 25 de julho de 2010

É verão dentro de mim!


Chove muito, mas o calor de
sua doce presença em meu coração
me mantém aquecida.

Além de mim...

Vieste quando eu mais precisava,
Ensinou-me coisas até então desconhecidas.
Mostrou-me um lado bom da vida e me fez
descobrir a mais intensa das emoções.
Fostes embora quando eu ainda te desejava.
Deixou-me o gosto amargo de uma saudade que
insiste em continuar dentro de mim...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Meu eu em você

Fui percebendo que estava perdida a procura
de alguém que nem sei quem é ou se de fato encontrarei.
A lógica zombou de mim e sorrateiramente me abandonou.
Será que é assim com quem ama?
Amo ao desconhecido.
Minhas emoções são poços de sensações abstratas.
Justo eu, uma pós-moderna descrente das armadilhas do amor caí
sem perceber em sua teia perfeita.
Começo a padecer dos males desse sentimento voraz,
que como o ópio me deixa cada vez mais viciada.
Sorriso
Cheiro
Saliva
Corpo
Percorrem minha imaginação!
Minha libido deseperadamente anseia por ti meu bem.
Hoje não tenho mais medo do incerto, meu maior medo é de
permanecer tendo noites frias, tardes solitárias e vazio no coração.
Necessito de toda inquietação, volúpia, desepero e
ardor que vem junto com a paixão.
Eu sei que tais palavras podem parecer extremamente egoísta.
Não se engane! Meu corpo tem fome e sede de ti.
Estou só pela metade.
Querer o seu eu é uma forma de encontrar o meu eu completo e mais feliz.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Meu Jardim...


As flores que cultivei pra você começam a mostrar sinal de fraqueza.
Eu regava todos os dias mas juntamente com elas começo a perder todo o viço.
Havia tanta cor e beleza mas tudo isso está desfalecendo.
Violetas, crisântemos e orquídeas já não dão mais flores.
O que será que aconteceu meu bem?
A fonte secou? O solo perdeu a produtividade?
Ou fui eu que não percebi a mudança da estação?
Sobraram apenas os cáctos.
Totalmente cobertos de espinhos, frieza e rigidez. Sim, é bonito admirar sua imponência diante das outras plantas, mas por outro lado também dói ver tanto carinho, tanta atenção e devoção se perdendo.
Resta-nos a indiferença e o vazio crescente,
resta-nos a solidão do jardim desflorido...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Apenas passível...

Não me importo se seu tênis é de marca ou se foi comprado na Uruguaiana,
se fala inglês fluentemente ou mal consegue pronunciar o português corretamente,
se é bem humorado ou um chato de galocha,
se prefere Caetano invés da Gal Costa,
se torce para o Vasco ou para o Benfica.
Sinceramente isso não me interessa!!
Me interessa quem você é, sua essência, o que te faz feliz, o que te entristece;
Me interessa essa voz melodiosa a cantarolar uma canção favorita ou o brilho dos teus olhos ao deparar-se com situações que te fazem lembrar da infância.
Quero o teu lado mais repugnante e deleitar-me com o que tem de melhor.
Quero você em suas inúmeras facetas, apenas isso me basta...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Tu vens, eu já escuto os teus sinais...

Tenho a impressão que todos correm de um lado para o outro numa
busca insana pela tal felicidade e ela medrosa que só parece fugir,
se esconder, temendo que assim que a encontrem percebam que não era
bem aquilo que queriam.
Espremidos se tocam mas não enxergam, nem sentem uns aos outros.
Parece ser o mal do século, a chamada cegueira intencional.
Parece não existir pessoas de carne e osso, são apenas máquinas
programadas para seguir sempre em frente, em busca de algo que decididamente jamais encontrarão...
Usam máscaras e temem revelar sua verdadeira face.
Esses seres parecem não ter memória. Memória é para os fracos,
eles precisam ser fortes, viris e indiferentes.
Eu não sou desse mundo.
Amo, sofro, fraquejo.
Não me importo parecer diferente dos demais.
Estou completamente nua e é assim que pretendo seguir.
Me sinto só, muito só, mas acredito haver uma pequena parcela
de outros iguais a mim...

Constatação!

Deve ser o silêncio da noite que nos permite ouvir melhor nossos sentimentos, e, as vezes, ele grita.