sexta-feira, 5 de março de 2010

Doce ilusão

Ele vem se aproximando lentamente. Existe um ar de mistério em seu olhar e no tom de sua voz que parece uma melodia suave e que deixa tudo com o aspecto extremamente sedutor.
Consigo sentir o seu cheiro de longe, cheiro de predador que sorrateiramente atrai sua caça e eu de tola que sou me deixo levar pela tentação e mesmo sabendo dos perigos que corro deixo que sua armadilha me prenda. Certifico-me que não haverá escapatória e só então me sinto tranquila.
Ele vem olhando em minha direção e eu mais que rapidamente coloco o meu melhor sorriso nos lábios e me preparo para ser caçada, uma presa fácil. Minhas pernas tremem e eu tento disfarçar o meu nervosimo.
Será que ele vai notar?
Será que está estampado em minha face tudo que sinto por ele?
Por alguns instantes ele parece hesitar. Está parado a poucos passos de mim e eu me pergunto o que pode ter acontecido para ele agir dessa forma?!
Minha vontade é correr ao encontro dele, mas não posso me deixar levar pelo impulso.
Será que foi algo que fiz?
Será que tem algo errado com a minha aparência?
Finalmente ele retorna a caminhar e eu abro os braços para recebê-lo. Fecho os olhos institivamente e não contenho toda a emoção do momento. Mas a espera vai se tornando longa ou seria a minha ansiedade de mulher apaixonada que estava transformando os segundos em horas? Não suporto mais a espera e abro os olhos. Não o encontro mais!
Para onde ele teria ido? Minha angustia é tão insuportável que eu acordo assustada e me levanto da cama.
Mais uma vez foi só um sonho e novamente ele não se rende a mim. Volto pra cama entre soluços na tentativa de retomar o sonho e quem sabe dessa vez tê-lo finalmente em meus braços...

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Constatação!

Deve ser o silêncio da noite que nos permite ouvir melhor nossos sentimentos, e, as vezes, ele grita.